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Um rapaz se descobrindo

Boa pergunta, quem sou eu? Essa pergunta nem mesmo eu sei responder, é mais fácil me perguntar sobre as estrelas do céu que observo todos os dias durante a noite, sobre as flores que roubei do jardim dos vizinhos. Uma pergunta tão simples, mas com uma resposta tão complicada de responder. Quem sou eu? Não sei se eu sei a resposta ou se eu tenho coragem suficiente para buscar essa resposta, ou se não quero admitir o que sou, ou que nunca quis descobrir quem sou.
Me pergunte pelos joelhos ralados que ralei caindo ao correr para sentir em meu rosto, ou me pergunte sobre as vezes que me perdi do caminho de casa quando eu estava tão próximo e não sabia, me pergunte sobre as nuvens que sobrevoam nossas cabeças e mudam de forma assim como nós mudamos enquanto crescemos e obtemos maturidade, mas você me pergunta quem sou eu? Como poderei saber quem eu sou, se eu nunca descobri quem eu sou.
Apenas sei que estive por aqui e por ali, se me perguntar como sei que estive por todos os lugares, é fácil a resposta, sei por que carrego feridas que deixaram marcas e as marcas são lembranças registradas no nosso corpo. Mais alguém insiste em perguntar quem sou eu? Em algum momento descobrirei a resposta certa, pois com tempo que é uma força da natureza que tem o domínio de tudo o que acontece me mostrará quem sou.
Não me pergunte: quem sou eu? Pois sei que o tempo que todos dizem que não volta, porem já voltei, já regredi no tempo, por lá mesmo fiquei um bom tempo dentro de um tempo e que me deixou marcas, não lembro quem eu sou.
Sei que nos lugares aonde eu fui, sei que ninguém irá chegar ate lá pois estão presos no tempo presente e não pretendem se desprender para ir visitar seu passado e conhecer seu futuro, de prendem ao agora, por não ter tempo para isso. Quem sou eu? Sinceramente está foi a primeira vez que fui me perguntar quem eu sou, olha no que deu, já tem tanta besteira e não disse nada, falei de flores, das quedas da minha infância, de nuvens, terminei não respondendo a pergunta: quem sou eu?
Não sei ainda quem sou, mais sei que aqui estou, procurando em mim mesmo a resposta para esta simples pergunta, eu poderia começar pelos meus pais, porem eles não vão intervir na resposta, pois nem mesmo eu sei, imagine eles que não são eu, pense numa resposta complicada, já tentei enrolar tanto e nem passei perto da resposta. Tenho lembranças de quem sou, mais não quem eu sou. Será mesmo difícil para uma pessoa saber quem é ela mesma? Infelizmente minhas irmãs também não poderão me ajudar, por mais que que tenhamos conversado elas não me conhecem, meus tios também não saberão que por mais perto que estejam próximos, converso pouco, os primos muito menos, por que passo escutando do que falando com eles.
Será que passei tanto observando as pessoas ao meu lado para saber quem elas são que hoje não sei mais quem eu sou? Todos a quem convivem comigo de alguma forma conheço mais do que conheço a mim mesmo e não sei mais quem sou, que ironia essa que carrego comigo todos os dias.
Talvez eu seja um narrador e observador de alguma historia, ou pelo menos um contador de estórias que todos querem ouvir e se basear para se guiarem em suas jornadas, sei que conselhos dei muito mais do que recebi por mais ver observar todos que estão a minha volta.
Já não sei onde encontrar quem eu sou, talvez eu seja mesmo aquele cara que é inteligente e popular, porem que gosta do anonimato, aquele que tem planos geniais simples de serem realizados mas que não tem motivação necessária para executá-las, aquele que se esconde no cantinho da sala para se esconder dos outros, mas sempre quando descoberto finge ser amigável e solidariza-se para que não seja incomodado, aquele que as vezes as vezes se torna chato por estar preso a um mesmo assunto e as vezes não percebe, acho que sou como um lobo que sempre anda só e une-se ao grupo somente quando realmente necessário a presença na matilha ou matilha ou alcateia.
Sabe aquele que esta sempre sorrindo para o vento e é desligando do que esta acontecendo , mas sempre sabe quando mostrar que esteve ou estará ali naquele momento. Não sei como me definir, sei observar padrões de comportamento, sei que sempre me olho como um contador de historias que nunca tem fim e seus começos muito confusos.

Alcenir Borges Sousa Júnior

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