O mal do século
Não há dor maior do que a dor
de não saber a sua própria razão de existir, não conseguir ver a
diferença do que é real e do irreal, sentir a fraqueza de não se
sentir forte o suficiente para se levantar e seguir em frente com
atividades simples do dia a dia.
Sentir a vida é como uma
alternativa menos viável para existir como uma pessoa ou alcançar a
felicidade, é uma realidade que várias pessoas sentem ou vivenciam
todos os dias e que em grande parte acabam fazendo o pior, tiram sua
própria vida em busca de um alívio para sua cabeça que já não vê
outra solução.
Mas quantas vezes mais precisam
essas pessoas ter que sofrer dentro de si mesmo para que os outros
que se dizem “normais” entender que não é frescura ou que isso
é coisa que é colocado em sua cabeça. Infelizmente nem sempre
entendemos o que nós mesmos (os normais)enfrentamos em nossos
pensamentos, imagine entender a cabeça de quem está com o
psicológico abalado e enfrentando problemas sozinhos.
Aquela velha história de não
julgar a luta dos outros para não ser julgado pelas suas derrotas,
pois cada um tem seus próprios demônios e nem todos temos a
capacidade de enfrentá-los sozinhos e as vezes pedir ajuda para
superar algumas dificuldades é quase impossível e como
consequências os problemas não resolvidos voltam a atormentando a
mente da pessoa, então não conclua que o outro esteja com “muito
drama”, ou sendo muito melancólico.
Contudo isso não se trata de
como estamos vendo o próximo se vitimizando, mas de se colocar no
lugar dele, somos sujeitos passivos na vida, ou seja, a qualquer
momento podemos entrar nessa condição e gradativamente adentrar
numa zona onde as soluções do problema serão reduzidas e as
chances de não suportar o fardo será o mesmo de quem está
enfrentando o mal do século, uma das doenças que faz seus
portadores carregarem uma carga de grande peso sobre seus ombros.
Mas o que devemos fazer para com
estas pessoas? Podemos ser mais prestativos, não apenas com elas
(pois nem sempre observamos os fardos que as pessoas carregam), as
vezes um bom dia/ boa tarde/boa noite ajuda o próximos a ver que
ainda há possibilidade de melhorar o dia, conversar um pouco mais
com as pessoas, pois as vezes só precisamos de uma palavra amiga
para levantar a cabeça e ver novos horizontes, estabelecer vínculos
sociais com as pessoas, pois a confiança é aflorada e quem tem
muitos fardos sente-se mais à vontade para pedir ajuda.
O que podemos contribuir com a
sociedade deve ser o nosso melhor, não aquilo que nos prejudica,
estabelecer contato afetivo com o próximo pode nos ajudar a entender
o nosso real valor da nossa existência, fazer outra pessoa criar
forças para superar obstáculos antes impossíveis, seguir em frente
com mais ânimo, além de tudo ajudar a evitar um ato de suicídio
somente pelo fato de aliviar dores mentais que antes não teriam como
ser aliviadas.
Alcenir Borges Sousa Júnior
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